As Melhores Canções Progressivas de Cinco Bandas de Hair Metal

O auge do glam metal dos anos 80 foi marcado principalmente por riffs simples e letras focadas em festas e sexo. Contudo, algumas bandas do gênero surpreenderam ao aventurar-se pelo território do rock progressivo, demonstrando ambição musical além dos estereótipos. No início dos anos 90, com o declínio do hair metal, certas bandas buscaram expandir seu som, incorporando elementos de virtuosidade técnica, narrativas complexas e estruturas não convencionais.

A revista Loudwire destacou cinco exemplos notáveis dessa fusão improvável entre o hair metal e o rock progressivo. Curiosamente, todas as músicas selecionadas foram lançadas no início dos anos 90, quando o glam metal começava a perder popularidade e as bandas precisavam se reinventar.

O Bon Jovi, com “Dry County” do álbum “Keep the Faith” (1992), criou uma épica de quase 10 minutos sobre o declínio da indústria petrolífera e seus efeitos devastadores nas cidades dependentes desse recurso. A música, a mais longa já gravada pela banda, combina piano evocativo, vocais emotivos e impressionantes solos de guitarra, representando um dos momentos mais ambiciosos da carreira do grupo.

Já o Extreme, que já vinha expandindo seus horizontes desde “Pornograffitti” (1990), levou essa ambição ainda mais longe em “III Sides to Every Story”. A faixa “Cupid’s Dead” começa com os tradicionais riffs da banda, mas evolui para uma vertiginosa seção intermediária que alcança novos patamares de prog-funk, culminando com um outro trecho de rap.

O W.A.S.P., conhecido por performances chocantes, revelou ambições cerebrais no álbum conceitual “The Crimson Idol” (1992), que conta a história de Jonathan, um adolescente que abandona sua casa para buscar a fama no rock. “Chainsaw Charlie (Murders in the New Morgue)”, destaque do álbum com quase nove minutos, apresenta baterias galopantes, solos de guitarra incendiários e motivos musicais dinâmicos, aproximando-se mais do Iron Maiden ou Queensryche do que dos contemporâneos da Sunset Strip.

O Warrant, tentando se distanciar do hit simplório “Cherry Pie”, lançou o ambicioso e pesado “Dog Eat Dog” (1992). A faixa “April 2031” é um power ballad pós-apocalíptico que prevê as consequências de um fallout nuclear, com letras perturbadoras sobre “um anel nuclear ao redor da lua” e “um mundo além da ressuscitação, mesmo pela mão de Deus”.

Por fim, o Winger, cujo virtuosismo musical sempre flertou com o progressivo, mostrou sua capacidade no álbum “In the Heart of the Young” (1990). “Rainbow in the Rose” destaca-se como uma canção de hard rock animada, enriquecida por teclados incisivos e guitarras espaciais. Embora mantenha elementos pop, a música não pareceria deslocada em um álbum do Asia ou Marillion.

Estas composições demonstram que, mesmo dentro das limitações do hair metal, havia espaço para experimentação musical e ambição artística, especialmente quando as bandas percebiam a necessidade de evolução para sobreviver às mudanças do cenário musical.