Os membros remanescentes do Soundgarden estão considerando a possibilidade de retornar aos palcos após sua recente indução ao Rock and Roll Hall of Fame. Durante a cerimônia de honra, que aconteceu no último final de semana, Kim Thayil, Matt Cameron e Ben Shepherd se reuniram e performaram clássicos da banda com participações especiais.
A celebração contou com a presença do baixista original Hiro Yamamoto, que deixou o grupo em 1989. O ator Jim Carrey, amigo próximo da banda, conduziu a indução. No palco, os músicos apresentaram “Rusty Cage” e “Black Hole Sun” acompanhados por Jerry Cantrell (Alice in Chains), Mike McCready (Pearl Jam), Taylor Momsen (The Pretty Reckless) e Brandi Carlile.
A ausência do vocalista Chris Cornell, falecido em 2017, foi sentida intensamente durante toda a cerimônia. No entanto, surge a pergunta: o Soundgarden voltará a excursionar com um novo vocalista, seguindo exemplos de outras bandas como Alice In Chains com William DuVall ou Linkin Park com Emily Armstrong?
Em entrevista recente ao The Seattle Times, Matt Cameron comentou sobre essa possibilidade. “Ainda não chegamos lá. Estamos tentando reunir a música primeiro. Mas acho que podem existir algumas situações onde seria realmente legal fazer isso”, afirmou o baterista.
Cameron também revelou que já há cantores que demonstraram interesse em trabalhar com a banda. “É apenas uma questão de reunir as pessoas certas, e nós temos trabalhado com pessoas incríveis, alguns cantores que expressaram interesse. Então, estamos realmente empolgados com o que isso potencialmente pode parecer”, explicou.
Enquanto isso, os integrantes do Soundgarden estão focados em finalizar o álbum que começaram a gravar com Cornell antes de sua morte. Como o vocalista já havia registrado algumas faixas vocais, eles conseguiram estruturar as canções adicionando suas respectivas partes.
Ben Shepherd, em conversa com a Bass Magazine, forneceu mais detalhes sobre esse processo. “Estamos fazendo bons progressos e temos uma grande parte do álbum concluída. Há uma música sobre a qual preciso conversar com Matt e Kim, mas ela está basicamente pronta agora. É sempre difícil decidir quando uma faixa está oficialmente finalizada no estúdio, mas no que diz respeito à seção rítmica, terminamos”, compartilhou o baixista.
Shepherd também confessou que terminar este álbum o faz sentir ainda mais falta de Cornell. Ele revelou que uma das canções tem assinatura de tempo “complicada”, característica típica do Soundgarden, e outra é tão intensa que ele chegou a formar bolhas nas mãos tocando baixo.
“No outro dia me ocorreu novamente, em um nível mais profundo, que no minuto em que terminarmos este disco e eu tocar minha nota final nele, isso significa que nunca mais faremos isso de novo? O que isso significa?”, refletiu Shepherd, acrescentando: “Sem Chris, não somos Soundgarden. Quem sabe, talvez egoisticamente continuaremos trabalhando no disco para que possamos preservar o momento.”



